sábado, 24 de outubro de 2009

Barulho.

           

         Preciso escrever um grito. Sem onomatopéias. Sem exageros. Sem clichês. Um berro gigante que silencie tudo mais. Palavras vãs que deem significados ao que nunca teve nenhum. Me sinto vivo, e eu nem sei o porquê. Só o fato de eu estar vivo não justifica isso. A vida é latente. Existir é tão sutil que essa mera percepção é fantástica. É como se a energia de tudo fluísse pelo meu corpo e quisesse vazar pelos meus olhos. Como se a realidade fosse uma droga e eu estivesse em êxtase, uma overdose de tudo. Como se agora eu tivesse tomado consciência de que sou livre. Livre de sentimentos. Só há essa sensação metafísica, pulsante. Sorrio feito um idiota. Se eu tivesse bêbado, faria mais sentido. Se eu tivesse bêbado, eu não seria um idiota. Se eu tivesse bêbado seria um burro. Nem os bêbados, inconscientes, conseguem experimentar um sentimento tão libertador. E a liberdade é o sentimento mais perturbador que o cérebro consegue criar. Eu enxergo o que tem dentro, e é bonita a imensidão. E, se eu grito, não é para ser ouvido: é para eu ensurdecer com meu barulho. O silêncio é onde mora todas as nossas verdades.

 

Eu poderia só dizer que me sinto muitíssimo leve, mas eu peso cinquenta e poucos quilos e isso seria um disparate.  :)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

 

      Acordei inconformado, sem saber das horas. Achei que o sol já ia sair, mas ainda falta muito. Queria poder escolher a hora. Continuo meio-triste-meio-atordoado me agarrando aos fiapos do sonho bom. Meu coração ainda tá pesado e eu ainda sinto teu chulé.

      Eu consertava o que eu errei. Passávamos por cima da minha merda. Brincávamos de nos conhecer. Não existia o que passou e tu era feliz de novo. Eu me agarrava a ti pra não morrer.

      Enfim, só liguei o computador pra dizer que sonhei contigo e acordei me doendo de saudades. Sei que vou continuar assim, pelo menos, até o fim do dia. Queria muito que isso não significasse nada e valesse alguma coisa.

      Beijo.