terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Só a quem interessar possa.

       Escrevi um livro e tal. Acho que se alguém ainda vem por estas paradas merece saber. Foi pra um edital e não sei se vai rolar publicação, por isso, não quero alardear nada até chegar o momento de eu, provavelmente, ir mendigar outras editoras para lançá-lo. É meio que um segredo que dividi com minha família e uns amigos próximos. Vocês não são meus amigos (acho), mas são próximos. Tentei escrever, aqui mesmo no blog, pelo menos dois livros e nunca tive disciplina ou maturidade suficiente para levá-los adiante. Eu só evoluí o suficiente pra escrever quase psicografando. Isso não é muito maduro.
      A história, bom, é minha autobiografia inventada, cheia de falsas memórias, devaneios, ilusões e piadas de mau gosto. Cheia de gente que passou por mim e foi embora. Tá longe de ser o melhor romance do mundo, mas eu daria umas trinta Dilmas nele. E é só isso que ele vale, eu acho. Dá pra dar umas boas risadas e sentir umas agonias, se a dose certa de sensibilidade permitir. A Elisa Lucinda fala que o humor dá a volta no sentido. Eu tentei dar a volta em mim mesmo. Acho que rodei que nem peão e isso deve explicar boa parte do que escrevi. Como diria Maneco: "Noventa por cento é invenção. Só dez por cento é mentira".
     O resultado só sai em março do ano que vem, então tenho bastante tempo pra pensar em outras inutilidades. Consegui escrever 232 páginas contando apenas uma história. Fiz em um mês e meio. Me fodi pra caralho, diarreia, vômito, essas coisas. Eu tenho transtorno afetivo bipolar e, se de um lado eu só comecei o livro por causa disso, do outro eu tive que ir pra quinta dimensão e beijar árvores pra finalizá-lo. Estava disposto a terminar nem que precisasse ditar com os olhos, como em o Escafandro e a Borboleta. Esse é outro spoiler que só compartilho com vocês, anônimos incógnitos. 
     Saibam que eu estou me recuperando bem, bastante feliz e satisfeito com o resultado final. Tem muita coisa que eu queria ter dito e não disse, por amnésia, pudor ou respeito. Prefiro não ficar pensando no que deixou de entrar porque agora é tarde. Ainda assim, apesar da necessidade de alguma edição, é um livro legal. Era algo que eu ensaiava há, sei lá, 18 anos. Sinto que fiz algo importante e eu tenho necessidade de fazer coisas importantes. Eu preciso aprender muito ainda, tanto em relação à literatura, à poesia quanto à vida. Não posso ficar me explodindo porque os estilhaços ferem quem está ao meu redor. Mas passou. Eu passarinho. 
  Obrigado a quem ainda entra no Vago, a quem entrava quando eu atualizava com mais frequência, a quem fazia questão de comentar, a quem aturou minha mudança de estilo, a quem compreendeu que eu precisava amadurecer, a quem dedicou/dedica minutos preciosos para dar atenção ao blog com tanta coisa distraindo a gente na internet. Se não fosse pelo exercício do Vago, eu não teria escrito porra nenhuma. Foi neste espaço cinza que eu cresci, experimentei, errei e aprendi. E se eu me propus a isso, foi por saber que teria, pelo menos, mais uma pessoa além de mim lendo. Muito obrigado, alguéns.
      Torçam por mim. Segunda quinzena de março de 2015. Tenho deixado o blog meio de lado, mas eu escrevo algumas besteiras no Facebook. Quem quiser, pode me adicionar sem problemas: https://www.facebook.com/tiagojuliom De qualquer maneira, tentarei ter mais respeito pelo Vago. Ele merece. 
       Até mais.

3 comentários:

Si Lima disse...

Eu acompanho há bem pouco e te digo que daria as trinta Dilmas!! ;)
Sucesso!

Bjoo'o

TIAGO JULIO MARTINS disse...

Obrigado, Simone!

Renato Ziggy disse...

Surpresa boa, Tiago! Quero te ler quando sair a publicação... Parabéns pela conquista!